terça-feira, 28 de junho de 2011

O circo no Brasil



Os primeiros artistas circenses começaram a chegar ao Brasil na segunda metade do século XIX, acompanhados de seus familiares. Eram chamados de saltimbancos e costumavam se apresentar em espaços abertos. Com eles começa a história do circo no Brasil.

“Eles traziam consigo o conhecimento do circo, pois já haviam trabalhado em alguns deles lá fora. Trouxeram também alguns animais, principalmente ursos e macacos. As apresentações eram em praças públicas, feiras e festividades, já que ainda não existiam no Brasil espaços cobertos para essas atividades, como teatros, hipódromos e circos, tal qual ocorria na Europa e nos Estados Unidos. Na ausência dessas instalações, estes artistas imigrantes foram desenvolvendo adaptações à realidade local, de modo a sair das praças para se apresentar em espaços fechados nos quais pudessem cobrar ingressos, tendo como referência o conhecimento técnico da estrutura física de um circo que traziam da Europa”. explica a pesquisadora Erminia, em seu estudo sobre artes circenses.

Ainda segundo a pesquisadora, como em todos os lugares, a linguagem do circo brasileiro se adaptou às dimensões locais e culturais do território, assimilou traços das culturas afro-ameríndias e os regionalismos do Brasil, e se tornou uma de nossas mais importantes manifestações artísticas, com grande penetração popular.

Para o pesquisador Zé Carlos de Andrade, a modernização do circo brasileiro, diferente do que ocorreu em outros países, não se destacou em relação aos espaços utilizados para as representações ou aos equipamentos empregados como suporte técnico do espetáculo. O mais importante, segundo ele, foi o investimento no artista. “O circo brasileiro, por tradição, valoriza e investe no elemento humano, pondo em evidência suas destrezas, habilidades e, acima de tudo, a inquestionável criatividade nacional”.

De acordo com o pesquisador, existiam até o final do século XX, quando se fez o último levantamento a respeito do tema, mais de 2.000 circos espalhados por todas as regiões do Brasil, sendo que a maioria estava concentrada no eixo Sul do país. “Desses circos, aproximadamente 80 são de porte médio ou grande, com trapézio de vôos, animais, um grande contingente de artistas e técnicos e uma estrutura relativamente estável, que permite a continuidade do trabalho”.


Obs: Matéria escrita pela autora desse blog em parceria com o jornalista Wedis Martins.

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