terça-feira, 28 de junho de 2011

E o palhaço o que é? É ladrão de muié!




Você imagina um circo sem palhaço? Impossível ! Esse artista é a alma do circo. Um ser mágico que diferente de outros artistas que fingem a dor e a tristeza, se dedica a fingir exclusivamente a alegria. E para que? Para nos fazer rir.

Assim como o circo moderno tem sua origem na Inglaterra do século XVIII, no circo de Astely (ver a história do circo aqui), o palhaço como conhecemos hoje também apareceu lá.

A pesquisadora Andreia Aparecida Pantano nos lembra que Philip Astley já se apresentava com sua companhia de números eqüestres quando resolveu acrescentar outros elementos ao espetáculo para dar ritmo. Um desses elementos foi a figura do palhaço.

“Clown, palhaço de picadeiro, figura mímica e elástica, cuja maquiagem do rosto é toda branca, procurava em cena fazer uma caricatura do cavaleiro, imitando estupidamente suas proezas”, diz.

Embora hoje o circo tenha se modificado bastante, com a introdução de inúmeros elementos em seus espetáculos, como performances teatrais, coreográficas, cenográficas e dança, entre outras, o palhaço continua sendo a figura central dos espetáculos nos pequenos e médios circos.

No picadeiro, o palhaço desenvolve curtos esquetes, também denominados entradas. Ele é o personagem responsável pela insolência e irreverência, capaz de satirizar a todos e a tudo. Personagem, aliás, único e insubstituível, já que cada um traz consigo características únicas associadas ao seu desempenho individual e responsável pelo seu sucesso.

Segundo Erminia Silva, pesquisadora da área que já entrevistou muitos artistas circenses, os palhaços afirmam que seguiram a carreira “quase por acaso” e que ninguém no circo nascia trapezista ou palhaço. Ela explica que isso é resultado de um processo de formação e aprendizagem que os circenses vivem cotidianamente, que vai os qualificando para realização de algumas funções.

Sobre esse assunto, também explica o palhaço Leo Bassi: “Os palhaços raramente eram apenas palhaços. O palhaço tinha outras técnicas, podia ser a música, a acrobacia, o malabarismo, ser amestrador de animais. Meu pai sempre dizia que não se começava sendo palhaço; isso vinha depois. A primeira coisa era aprender um ofício, uma técnica. E com a vida, com a experiência do contato humano, e com o gosto de ter contato humano, lentamente, a técnica ia se tornando menos importante e ficava a personalidade”.

Hoje o palhaço possui uma função social nova. Eles estão levando ajuda humanitária e esperança de forma continua e responsável a diferentes grupos carentes. Alguns exemplos são os Doutores da alegria e os Médicos do barulho, que se dedicam a levar alegria a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde, através da arte do palhaço. E os Palhaços sem fronteiras, que procuram atuar com populações em zonas de conflito e exclusão, principalmente com crianças e adolescentes.

Conheça mais o trabalho deles:

E para quem deseja ler livros sobre o assunto indicamos “O elogio da bobagem - palhaços no Brasil e no mundo” e "Circos e Palhaços Brasileiros". São obras que procuram mostrar as várias faces do circo brasileiro, em especial o universo dos palhaços, dentro e fora do picadeiro.

O elogio da bobagem - palhaços no Brasil e no mundo
Autor: Alice Viveiros de Castro
Editora: Editora Família Bastos/Petrobrás
Ano: 2005
Edição: 1ª Edição
274 páginas







Circos e Palhaços Brasileiros

Autor: Mario Fernando Bolognesi
Editora: Cultura Acadêmica
Ano: 2009
254 páginas
Preço: Grátis - www.culturaacademica.com.br





Obs: Matéria escrita pela autora desse blog em parceria com o jornalista Wedis Martins.

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