sábado, 12 de dezembro de 2009

A hora mágica, um filme que mistura teatro, rádio e tv

Para quem gosta de cinema brasileiro uma boa dica é assistir o filme A Hora Mágica, com direção e roteiro de Guilherme Almeida Prado. Trata-se da história de Tito Balcárcel, vivido por Raul Gazola, que empresta sua voz a diferentes tipos de personagens e se vê, de forma inesperada, envolvido em uma história de amor e assassinato, que imita a ficção com a qual ele convive todos os dias.




O mais interessante não é apenas o enredo, que pode ser confundido com o de qualquer filme clichê, mas a maneira como a narrativa é desenvolvida, passeando pela época do rádio e o surgimento da televisão. Além disso, a interpretação dos atores possui um toque de teatro antigo (tal qual era utilizado naquele período) e isso torna a narrativa ainda mais fascinante, pois foge completamente do cinema brasileiro que assistimos atualmente, muitas vezes com um estilo excessivamente naturalista.

Outros pontos de destaque na trama são o mistério e o modo como ele vai sendo apresentado, de forma pouco óbvia, fazendo o espectador prestar atenção a mínimos detalhes para acompanhar o desenrolar do segredo. 

A fotografia e a iluminação contribuem de forma vital para que isso aconteça, com takes fechados em pequenas partes da cena, que conduzem para a resolução do mistério, além de montagens juntando trechos e movimentos que revelam sentimentos dos personagens, entre outros recursos. Tudo isso leva o espectador a ficar ligado no filme, cria uma ansiedade estimulante. Sem dúvida um filme ricamente construído, tanto do ponto de vista técnico como narrativo, perfeito para os que buscam uma opção diferente e gostam de pensar.

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