domingo, 22 de maio de 2011

Documentário "A invenção da infância" apresenta um sensível olhar sobre as crianças do Brasil

"Ser criança não significa ter infância". Assim a diretora Liliana Sulzbac resume seu documentário "A invenção da infância". Nenhuma frase poderia ser mais clara: por meio de depoimentos de crianças pertencentes a classes sociais muito diferentes, Liliana mostra de forma sensível as dificuldades enfrentadas por esses pequenos, que muitas vezes são obrigados a trabalhar desde cedo, ou vivem a rotina de atividades diárias em excesso.




O documentário emociona ao mostrar crianças pobres trabalhando em pedreiras e plantações. Outro ponto bastante triste da narrativa são os depoimentos das mães que vivem nessas regiões miseráveis, que muitas vezes não sabem nem dizer ao certo a quantidade de filhos que tiveram. São inúmeras as histórias de bebês que não resistiram às difíceis condições de vida.


Do outro lado da narrativa estão as crianças de classes sociais mais elevadas que, apesar das vantagens financeiras, também enfrentam suas dificuldades, como a grande quantidade de atividades a desenvolver e obrigações a cumprir todos os dias. Do curso de inglês ao balé, passando pela natação, tênis, sapateado, etc., muitas vezes falta tempo para brincadeiras e momentos de descanso. A responsabilidade é um dos valores mais exigidos.








Quanto aos aspectos técnicos, o documentário emprega cartelas com informações complementares e voz over, para amarrar as ideias do filme. Esses elementos, intercalados com os depoimentos e as imagens impactantes (como as de crianças trabalhando em péssimas condições e o enterro de um bebê), constroem uma narrativa visualmente bem contada, compreensível e que prende a atenção. Apesar de o tema ser doloroso, é retratado de forma instigante, que prende a atenção de quem assiste.

Mesmo feito em 2000, "A invenção da infância" continua sendo um filme atual, pois fala de dificuldades infelizmente ainda presentes em nossa sociedade. Por isso, vale à pena assistir ao filme e refletir sobre essas questões.

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